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Capítulo 9 de 51

1Não tenhas ciúme da mulher que repousa no teu seio, para que ela não empregue contra ti a malícia que lhe houveres ensinado.

2Não entregues tua alma ao domínio de tua mulher, para que ela não usurpe tua autoridade e fiques humilhado.

3Não lances os olhos para uma mulher leviana, para que não caias em suas ciladas.

4Não frequentes assiduamente uma dançarina, e não lhe dês atenção, para que não pereças por causa de seus encantos.*

5Não detenhas o olhar sobre uma jovem, para que a sua beleza não venha a causar tua ruína.

6Nunca te entregues às prostitutas, para que não te percas com os teus haveres.

7Não lances os olhos daqui e dali pelas ruas da cidade, não vagueies pelos caminhos.

8Desvia os olhos da mulher elegante, não fites com insistência uma beleza desconhecida.

9Muitos pereceram por causa da beleza feminina, e por causa dela inflama-se o fogo do desejo.

10Toda mulher que se entrega à devassidão é como o esterco que se pisa na estrada.

11Muitos, por haver admirado uma beleza desconhecida, foram condenados, pois a conversa dela queima como fogo.

12Nunca te sentes ao lado de uma estrangeira, não te ponhas à mesa com ela;

13não a provoques a beber vinho, para não acontecer que teu coração por ela se apaixone, e que pelo preço de teu sangue caias na perdição.*

14Não abandones um velho amigo, pois o novo não o valerá.

15Vinho novo, amigo novo; é quando envelhece que o beberás com gosto.

16Não invejes a glória nem as riquezas do pecador, pois não sabes qual será a sua ruína.

17Não sintas prazer com a violência dos injustos; sabe que o ímpio desagrada a Deus até na habitação dos mortos.

18Afasta-te do homem que tem o poder de matar, e assim não saberás o que é temer a morte.

19Mas, se dele se aproximares, cuida em não cometer nenhuma falta, para não acontecer que ele tire a tua vida.

20Sabe que a morte está próxima, porque andas em meio de armadilhas, e no meio das armas de inimigos encolerizados.*

21Tanto quanto possível, desconfia de quem de ti se aproxima, e aconselha-te com os sábios e os prudentes.

22Que os teus convivas sejam virtuosos. Põe tua glória no temor de Deus.

23Que o pensamento de Deus ocupe o teu espírito, e os preceitos do Altíssimo sejam a tua conversa.*

24É pela obra de suas mãos que o artista conquista a estima; e um príncipe do povo, pela sabedoria de seus discursos; e os anciãos, pela prudência de suas palavras.

25Um grande falador é coisa terrível na cidade; o homem de conversas imprudentes torna-se odioso.